quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Philomena, de Stephen Frears. A fé católica versus a Igreja





Philomena, de Stephen Frears. Melhor que uma boa história é uma história bem contada. O filme gira em torno de um jornalista político que caiu em desgraça e perdeu seu emprego prestigioso na BBC, motivo que o leva, em meio à depressão, a aceitar contar a história prosaica de uma mãe irlandesa cujo filho lhe foi tomado das mãos nos anos 50, de dentro de um convento, por freiras severas e inescrupulosas, que o ofereceram para adoção. Trata-se de história real e conhecida, a da compra de bebês irlandeses pobres por ricos norte-americanos. Passado meio século, Philomena não aguenta mais guardar o segredo da perda de seu primeiro filho e quer reencontrá-lo, ou, ao menos, saber algo a seu respeito. Como as freiras lhe negam toda informação, ela busca o apoio do jornalista arrogante e desesperado. Segue-se então uma fina trama, contada como bordado artesanal: nada de grandes surpresas ou grandes acontecimentos, mas cheia de interessantes detalhes que levam a sutis guinadas e reviravoltas na difícil relação entre o jornalista cético e esnobe e a simpática e simplória senhora devota, dois companheiros de viagem mais do que improváveis. O final do filme é uma lição de cristianismo contra os horrores e severidades da igreja católica. E o filme conta ainda com a atuação impecável de Judi Dench: a dor, a saudade, a angústia, a simpatia, a alegria, a simplicidade honesta e, sobretudo, a capacidade de perdoar, tudo isso ganha corpo e vida na atuação desta que é a grande atriz do cinema britânico.

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